Copacabana, bairro emblemático do Rio de Janeiro, a um só tempo fascina e repele por sua atmosfera tão cosmopolita quanto caótica. Caminhar pelas principais avenidas da região, onde portarias déco e banners tétricos ornam indistintamente pés-sujos e hotéis cinco estrelas, proporciona um vislumbre da complexa e heterogênea identidade carioca. Em seus múltiplos significados e territorialidades, ora objeto de desejo ou cartão postal, ora emblema de decadência e vulgaridade, Copacabana afirma que o espaço urbano é lugar de encontro e diferenças.
As imagens deste ensaio são frutos de andanças pelo bairro onde vivo, numa busca por exercitar um outro olhar diante daquilo que já presumia decodificado. Fotografias tiradas com câmera de celular foram base para intervenções digitais que exercem vontades opostas, em consonância com minha ambivalente relação com o lugar: em algumas imagens, registros de áudio gravados nas ruas foram incorporados aos próprios arquivos, saturando-os de informação e promovendo uma fusão dos ruídos visuais e sonoros. Em outras, os pixels foram reorganizados segundo princípios objetivos, gerando uma suposta ordem no caos, mas que ainda transparece a essência de Copa e seus pulsantes contrastes.
CPCBN é um convite ao leitor a vivenciar o cotidiano do bairro; sempre peculiar, nunca igual. Reordenar e sobrepor suas imagens podem gerar surpreendentes e imprevisíveis encontros, desvendando a cada novo roteiro diferentes dimensões do estranho e belo universo copacabanense. Projeto Final em Comunicação Visual.
Ana Luiza Mello (concepção, projeto gráfico e imagens)
Zoy Anastassakis, Roberta Portas, João de Souza Leite (orientação)